quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Querer

Quero sorrir
Enquanto todos choram
Quero acordar
Enquanto todos dormem
Quero amar
Enquanto o ódio reina
Quero gritar
Enquanto a lei é silenciar
Quero apenas ser eu
Enquanto a maioria deseja ser
O vizinho que acredita ter a grama mais verde

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A distância

*Um dos "achados" da "pasta-memória vermelha".

Eu tentei buscar na distância
uma desculpa
Olhar à minha volta
e encontrar sentido
Revisar as minhas coisas
e te esquecer

Tentei...
Pratiquei de tudo, arrisquei palavras
e em outras palavras
gritei teu nome

Pensei...
E num todo decifrei um nada
Encontrei um louco
perdido no pouco que você pode me dar

Amei...
Odiei a inconsequência
Eu fui perdão e revolta
Na volta, depois de tudo que passei

Me perdi...
Me encontrei!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Fragmentos: Minha pasta-memória vermelha.

Não era bem isso que eu ia escrever hoje. Na realidade, não era nada disso.
Havia pensado em postar alguns textos que escrevi durante o ensino fundamental, coisas de algum tempo (e bota tempo nisso!). Comecei a busca por meus antigos escritos. Lembrei que no escritório do meu pai havia uma pasta que achava ser minha, alvo de reclamações, diga-se de passagem. Corri para lá. Na mosca! Encontrei a 'tal pasta", era vermelha dessas antigas que são quase obsoletas, feia na verdade, amassada e com uma etiquetazinha: "Recortes, exercícios e etc..."

Não tardei em abri-la. Tive uma crise de Tosse-espirros típica de pessoas alérgicas a tudo (até a si mesmas). Iniciei a exploração, leitura, reflexão. Encontrei tanta coisa de que nem me lembrava: fotos do Di Caprio, exercícios de matemática, geografia, espanhol, apostilas de "sei lá o quê", cartinhas de amigas (depois voltarei para essa parte das amigas), rascunhos de textos, letras de música, panfletos de recitais e concursos de poesia, um caderno da sétima série e principalmente muita poeira.

Tomei por foco o caderno. Era da sétima série, então eu tinha uns treze anos. Era bem organizado, colorido, marcado por uma caligrafia "redondinha" e "caprichosa". Folheando-o, encontrei bilhetes, notas, uma foto do "Bruno Gagliasso" com carinha de bebê (lembrei-me do quanto gostava dele) e por fim, me espantei ao ver na matéria de Português uma letra desenhada, quase pintada, uniforme e muito mais interessante do que a minha, a mesma letrinha que me mandava as cartinhas. Era da minha amiga (até os dias de hoje) Carla, não escrevi "Carlinha" porque na época ninguém a chamava assim, ela era simplesmente a "Jô ou Jojô".

A letra da Jô na minha matéria me impulsionou a rir e muito. Lembrei que costumávamos trocar de caderno quando a aula era chata ou quando não tínhamos o que fazer. Uma pegava o caderno da outra e começava a "papagaiar", escrever, desenhar e depois comparávamos. Na maioria das vezes ela ganhava, trazia de casa lindas canetas com gel (que por sinal eram da coleção da tia Carla, sua mãe).

Foi indescritível o que senti ao passar aquelas páginas, ao ler aqueles recortes e rascunhos. Uma sensação boa, de nostalgia, saudosismo e felicidade. Uma doçura por achar parte uma parte de mim que nem sonhava ainda existir. Foi excelente, recordar é sempre bom! Maravilhoso foi também perceber como amizades verdadeiras e despretensiosas podem durar, Jô, Tinho, Théo (Renan), Anderson (Melancia), Ester, entre outros, são exemplo disso (mais de 10 anos aturando minhas fases e frases. A Jô então... e a Nanda "por tabela").

Toda essa história de "achados" colocou a pasta vermelha e feia como parte de mim, parte da minha memória externa...e a vontade latente que martela  meus pensamentos é a de voltar a reviver e recordar fragmentos meus. Coisas e casos que perdi em algum lugar. Espero sinceramente encontrar em outras prateleiras empoeiradas: pastas azuis, verdes, amarelas, brancas... Quero colorir a memória, para continuar colorindo a vida.




quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sem Reservas

Já que quer ir
Vá de uma vez!
Não olhe pra trás
Não faça barulho
Não bata a porta
Que é para não acordar
O que jaz adormecido