quinta-feira, 8 de março de 2012

Sobre mulheres, sutiãs e seus dias

Já fazia certo tempo que não sentia vontade de escrever algo, na realidade, sentia vontade, mas não NECESSIDADE, como se apresentou agora!Passando e repassando por algumas redes sociais durante a manhã, vi inúmeras homenagens às mulheres: fotos, músicas, poemas, montagens, piadas... Muita coisa linda e engraçada que ao fim me permitiu sentir uma enorme honra por ser mulher!
Fiquei bem feliz, mas nem sempre foi assim!

Me lembro muito bem de quando era criança... Era tudo tão perfeito!
Andava de calcinha pelo quintal, subia em árvores, brincava de pique, jogava(ou tentava jogar) bola, dormia amontoada com meus primos. Coisas tão simples, mas que conferiram à minha infância um ar especial.

Ao me aproximar da adolescência, por volta dos 8 ou 9 anos, passei pela primeira frustração por ter nascido menina. Meus pais me apresentaram algo que mudaria a minha vida, que limitaria minha liberdade e me obrigaria a modificar a postura. Um vilão, por certo, chamado: sutiã!

Que desespero foi aquela tarde de Janeiro... Minha mãe corria de um lado com a pequena peça na mão, enquanto meu pai tentava me cercar pelo outro lado, e eu... corria chorando de uma lado para o outro a gritar:

– Não, eu não quero! Não adianta! Não vou usar isso!

Pensando bem...Acho que foi a última vez que brinquei de pique com meus pais!
Após  o desespero, até simpatizei com a ideia!
Minhas amigas achavam o máximo o fato de ter um amiga que já usava sutiã.


Passada a frustração inicial, muitas outras vieram: o fim da era “andar pelada pela casa”, a primeira visita ao ginecologista, a primeira menstruação, a primeira cólica (ah, essa a gente nunca esquece!), as outras cólicas que me acompanharam a  cada mês... dores infernais, verdadeiras simulações de parto normal.

Até que cheguei, de fato, à simulação de “parto normal”. E a melhor parte, 8 horas sofrendo em um hospital para trazer uma criança ao mundo através de uma custosa cirurgia cesariana.


Poderia citar tantas outras situações que me fizeram por inúmeras vezes proferir a frase:

–Nessas horas eu queria ser homem!

Queria nada!! Era só charme momentâneo, coisa tipicamente feminina.


Imagine não poder chorar em público sem correr o risco de ser chamado de “mariquinha”... ou gritar, espernear, brigar com Deus e o mundo sem poder dizer que a culpada é a TPM (é claro que a culpada é ela!)... e tantas outras coisas que tornam as mulheres seres: complexos, detestáveis, frágeis, irritantes... E ao mesmo tempo tão: simples, amáveis, fortes e exageradamente adoráveis!



É, pensando bem...
Merecemos homenagem internacional por um dia dito “da mulher”. Apesar de por vezes tal comemoração me soar como “agradecimento por serviços prestados à população”. Enfim... O que vale neste dia não é apenas a menção da figura feminina como importante num “08 de Março”, mas a ferrenha lembrança de que o papel da mulher é fundamental todos os dias, pois sempre que se faz necessário, esta utópica figura desempenha funções essenciais.



E aproveitando a oportunidade:
Gostaria de pedir perdão a Deus por todas as vezes em que desejei ser menino!

Ser mulher é poder usar e abusar dos sentidos... sendo ao mesmo tempo: mãe, esposa, pai, filha, namorada, arrimo de família... mas sem nunca perder o sorriso de menina!!


Feliz Dia Internacional da Mulher!!

6 comentários:

A Bonita disse...

Mansu, tua cara esse post! Muito menina, moleca, sapeca!
Voce tem que escrever mais.
Adorei

Anônimo disse...

Haha
Muito legal a história do sutiã. Deve ser estranho te imaginar sem os melões. Ops!
rs.
Te amo maluca

Thamy

Anônimo disse...

Ah, bendita seja ela que semeia palavras!!!
Simplesmente Mansuh...


Josi

Ronaldo disse...

parabens

pelo blog.
pelo seu dia
pela iniciativa
por ser mulher

bjs
ROnaldo

Yohana Sanfer disse...

Oi moça...ser mulher é mesmo especial mas um fardo incontestável!Que venham novos tempos de respeito, reconhecimento, igualdade e liberdade para TOD@S nós!
bjsss

Anônimo disse...

Verdades tão intensas, demosntradas e expostas através de uma menina-flor, que para minha alegria tem-se permitido compartilhar desse seu lado escritora com seus privilegiados amigos. que Deus te abençoe sempre e aumente seu dom de escritora e principalmente de ser mulher.
Bom dia!

Bia Souza