quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"A Estrada"

Era um domingo de sol, mas estava frio em seu interior.
Saiu sem rumo guiada por qualquer motivo intrínseco.
Sentou-se na areia, sentiu o vento a despentear seus  cabelos bruta e veementemente; ao mesmo tempo em que lhe tocava o rosto acariciando os lábios, a face... como se fossem beijos.
Fechou os olhos e suspirou. O lugar era o mesmo de outrora, a paisagem que se misturava em sua mente era mais colorida do que qualquer aquarela imaginável.
Quase tudo estava no lugar, pessoas correndo no calçadão, crianças brincando na areia... O mesmo banco, a mesma árvore que encobrira - o que já puderam chamar de tanto- amor.
Estava sozinha dessa vez, a realidade era bem diferente da lembrança.
O lugar que um dia havia sido “deles”, agora, era somente o “seu”.
E o vento que acariciava sua pele revelou nova faceta.
Cada vez mais forte lhe maltratava a face, numa sensação insuportável de dor e solidão.
Novamente fechou os olhos, e foi remetida àquela mesma música.
A canção que vinha confortar sua alma: “Quando bate a saudade...eu vou pro mar. Fecho os meus olhos e sinto você chegar...”
Num impulso, se levantou, correu em direção ao mar... e enquanto seus pés descalços tocavam a areia e banhavam-se naquela água... sorriu, dançou aquela mesma música.
Como se não existisse mais nada além dela e a imensidão do mar.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mansurita, que fofo!
Quase chorei. Não sabia que você escrevia tão bem!

Agora sou fã.

beijinhos!

Rafa.

Yohana Sanfer disse...

As belas canções inspirando e acalentando o coração que tem saudades.....belo texto moça! Bjs e obrigada pelo carinho em meu blog!

Anônimo disse...

A leitura fluia relativamente bem.
"- É, é um textinho um tanto quanto legalzinho. NAda Mais!"

Um tanto quanto legalzinho até a leitura de "Quando bate a saudade..."
Francamente!

Você tem lá seu estilo, mas continuo com o imperativo afirmativo: Leia!


A mesma.